Diário de viagem: um mergulho na selva amazônica com os índios do Xingu
Em agosto de 1999, os repórteres Gilson Camargo e Marco Dierchxs (em memória) empreenderam uma expedição independente pela parte sul do Parque Nacional do Xingu, no Norte do Mato Grosso e sul do Pará para registrar como vivem os então 3.200 indígenas das 14 diferentes etnias que habitam uma área de 27 mil quilômetros quadrados no coração da Amazônia.
A expedição contou com o apoio e a companhia de lideranças indígenas como o cacique Aritana, falecido em 2020, e de técnicos da Funai tarimbados na navegação de rios infestados de jacarés e piranhas.
Primeiro foram 16 horas de viagem de ônibus de Brasília até a última fronteira terrestre em direção ao parque, na cidade de Canarana, e mais oito horas na carroceria de um caminhão até a margem do rio Culuene, de onde partiram barcos lotados de indígenas e jornalistas em direção à primeira aldeia do Parque.
Foram dez dias embrenhados na mata, se alimentando de peixe moqueado, beiju e frutas, dormindo em redes, e convivendo com as diversas etnias que habitam essa parte do Parque no seu dia. Naquela época, o Xingu já vivia sob pressão de madeireiros e do garimpo ilegal que a cada ano avança um pouco mais sobre o território dos povos indígenas.
O relato de viagem foi publicado no Jornal Extra Classe de 25 de agosto de 1999. Confira a reportagem Viagem ao paraíso sitiado.
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